Vigilância faz novas coletas durante a limpeza dos reservatórios

Renan Mattos (Diário)
Limpeza foi feita em dois reservatórios que estão desativados, que servem como reserva técnica

Começou, na tarde de ontem, a limpeza dos 29 reservatórios da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) em Santa Maria. Em conjunto com essa ação, os técnicos da Vigilância Ambiental da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ª CRS), ligados ao Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), estão fazendo também novas coletas de água e de resíduos do fundo dos reservatórios. Quatro pessoas da equipe acompanharam a limpeza de dois recipientes localizados na Rua Dr. Turi, região central da cidade, junto ao Ginásio do Corintians.   

De acordo com o delegado da 4ª CRS, Roberto Schorn, em abril, o Estado havia feito o pedido para que os reservatórios passassem por higienização e também que os técnicos fizessem novas coletas.

_ Essas coletas são de rotina, nada vai ser suficiente enquanto nós não esgotarmos todas as alternativas para a investigação deste surto (de toxoplasmose). Estamos fazendo isso para tirar todas as nossas dúvidas. Fazendo a coleta no lodo, pode ser mais fácil de encontrar um indício. Mesmo que já tenha sido feita em alguns lugares, vamos esgotar as dúvidas. Essa ação já estava programada desde o início do surto _ explicou Schorn.

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Ao todo, serão coletados 20 litros de lodo e 100 litros de água de cada reservatório. Ontem, as amostras foram coletadas pela equipe da Corsan porque os técnicos do Estado não estão autorizados a entrar nos reservatórios. O material foi armazenado em garrafas pet de 5 litros e será enviado para o Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen/RS). Depois, ele passará por análise no Laboratório de Parasitologia e Zoonoses e Saúde Pública da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Conforme a diretora do Cevs, Marilina Bercini, resultados de amostras que já haviam sido coletadas em Santa Maria ainda estão pendentes na UEL.

A limpeza

O trabalho de limpeza dos reservatórios é feito anualmente nesta época do ano em função do inverno, período em que a população utiliza menos água. Porém, foi antecipado em uma semana porque a equipe teve que fazer a capacitação de rotina. Segundo a Corsan, o cronograma estava definido há cerca de 30 dias e foi enviado à Vigilância em Saúde.  

Mesmo com a limpeza, alguns pontos da cidade não sofrerão desabastecimento. Na tarde de ontem, dois reservatórios que estavam vazios, que são utilizados como reserva técnica, passaram pela higienização. Por isso, os moradores não foram afetados com falta de água. Seis agentes de tratamento de água participaram no trabalho, que durou cerca de três horas. A limpeza dos 29 reservatórios deve durar cerca de 15 dias.

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A programação para a limpeza é feita de tal forma que tenha o menor impacto possível no desabastecimento para os clientes. É feito um comunicado previamente para os clientes via SMS, redes sociais, meios de comunicação e site da Corsan. De acordo com o superintendente regional da Corsan, José Epstein, é um trabalho complexo que exige atenção e logística da equipe.

_ Os técnicos usam uma roupa especial com uma solução de hipoclorito e, antes de fazer o acesso, é feita uma inspeção tanto na escadaria quanto no oxigênio presente no ambiente, assim como no cloro. Liberada essa etapa, começa o jateamento e varrição com a água tratada que vem do caminhão-tanque. Esse reservatório (o de ontem) não causou desabastecimento, mas outros maiores causam. Depois que o reservatório é liberado, a água passa por exame de turbidez e só é liberada quando está dentro dos padrões _ esclarece Epstein.